A abertura do ano legislativo da Câmara de Vereadores de Santa Maria começou quente, nesta terça-feira. Os seis vereadores dissidentes da base do governo Jorge Pozzobom (PSDB) assumiram postura de oposição e não economizaram nas críticas à prefeitura. Marion Mortari (PSD), Adelar Vargas (MDB), Bolinha, Leopoldo Ochulaki (PSB), Alemão do Gás, entre outros, pegaram pesado com o governo.
E não foram só nos discursos ríspidos que as bancadas de situação e oposição demonstraram animosidade, provocada pelo racha na eleição da Mesa e a consequente vitória de Alexandre Vargas (PRB). A disputa pelo controle da Comissão de Constituição e Justiça, Ética e Decoro Parlamentar, porta de entrada de todos os projetos, pelos dois blocos acirrou os ânimos.
- Infelizmente, a única comissão que o prefeito (Jorge Pozzobom, PSDB) prioriza é a CCJ, porque ele quer continuar mandando aqui no Legislativo - disparou Alemão do Gás.
- O prefeito não pediu nada para a base do governo. Somos maiores de idade e sabemos o que queremos. Se eu tiver que pedir qualquer coisa nesta Casa a mando do prefeito, eu peço demissão do meu cargo - retrucou o governista João Kaus (MDB).
Em meio ao debate, a vereadora Luci (PDT), conhecida como Tia da Moto, disparou:
_ Nós estamos aqui discutindo (controle da CCJ) o sexo dos anjos. Nada vem a acrescentar quem vai ficar com isso, quem vai ficar com aquilo. O povo lá fora não se importa com isso.
O vereador Adelar Vargas (MDB), o Bolinha, também disparou um recado ao prefeito:
- O povo está sentindo sua falta (perfeito) nas comunidades.
Pastora, a vereadora Lorena dos Santos (PSDB) foi à tribuna e se disse surpresa com "as turbulências" no primeiro dia de sessões. O certo é que o governo Pozzobom terá dificuldades neste segundo ano de gestão, pois terá minoria: 10 vereadores aliados e 11 de oposição. Para a pastora Lorena, que ficou preocupada com o que viu na primeira sessão, é bom se preparar: as turbulências estão só começando. A Câmara não deverá navegar em águas calmas em 2018.
Foto: Charles Guerra (Diário)
Vereadores da situação e da oposição não se entenderam na definição dos integrantes do CCJ e trocaram farpas